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18 de fevereiro de 2013

Quaresma e a Campanha da Fraternidade


A Campanha da Fraternidade de 2013 é um evento organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema é Fraternidade e Juventude e o lema: Eis-me aqui, Senhor! (Is 6,8) Em 1992, a juventude já havia sido tema da campanha que, naquela ocasião, adotou o lema Juventude, caminho aberto. A exemplo das campanhas anteriores, o evento terá início na quarta-feira de cinzas e se estenderá por todo o período da Quaresma.

3 de janeiro de 2013

Feliz Ano Novo!



Caros paroquianos e amigos, estou-lhes escrevendo da Itália, exatamente na ponta do calcanhar da “bota”, última Província da Itália, passando um período de “descanso” junto de meus familiares.

O início de um NOVO ANO, para nós que acreditamos no Senhor da vida, se apresenta como um precioso dom de Deus. O desejo de todos é que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz. É também o meu desejo para cada um de vocês, meus irmãos e amigos e suas famílias.

26 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal do Pároco



O NATAL é uma festa cristã ligada ao nascimento, na história, de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Nele, Deus se torna companheiro do homem na aventura da vida. É o primeiro dos mistérios (acontecimentos) da vida de Jesus que a Igreja celebra no ano litúrgico. Para compreender toda a riqueza deste acontecimento, a Igreja instituiu o tempo do Advento; quatro semana  de preparação para que o nosso coração entre na expectativa da chegada do Senhor: o Filho de Deus se fez homem no meio dos homens, colocando assim a sua morada no meio de nós, para que dele pudéssemos receber graça sobre graça (cfr. Jo 1, 14-16 ). Com o Natal, a Encarnação, o plano de salvação de Deus começa a concretizar-se.

3 de outubro de 2012

Outubro, mês das missões: EVANGELIZAR É PRECISO E URGENTE!


A ordem de Jesus para anunciar o Evangelho se encontra repetidas vezes e de diferentes formas no Novo Testamento: “Ide, e fazei que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 28,19); “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Notícia para toda a humanidade” (Mc 16,15); “O Espírito Santo descerá sobre vocês e dele receberão força para serem minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra” (At 1, 18). Os primeiros cristãos levaram tão a sério esta ordem de Jesus que, em poucos decênios, o Evangelho tinha saído da Palestina e chegado até a Ásia Menor e a Roma. O dia mundial das Missões, celebrado sempre no terceiro domingo de outubro, quer lembrar esta urgente necessidade e renovar o ardo missionário.

5 de setembro de 2012

Setembro - Mês da Bíblia



Estamos celebrando os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965) que deu inicio a um novo tempo da Igreja. Um dos elementos mais importantes deste evento foi, sem dúvida nenhuma, a colocação da Palavra de Deus no coração da Igreja, com o se expressa o Documento sobre a Revelação: A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como também o próprio corpo do Senhor, sobretudo na sagrada liturgia, nunca deixou de tomar e distribuir aos fiéis, da mesa tanto da palavra de deus como Do corpo de Cristo, o pão da vida” (Dei Verbum, 21).

20 de agosto de 2012

Agosto, mês das Vocações



Agosto é celebrado no Brasil como mês vocacional. Esta celebração que nos lembrar que a vida do cristão tem uma dimensão especial: ninguém é cristão por ser: todo cristão tem uma missão. Toda vocação é um dom do amor de Deus. O mês de agosto, então, é dedicado á vocação.

20 de fevereiro de 2012

Que a saúde se difunda sobre a terra


A Campanha da Fraternidade deste ano lança a invocação: Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8). Esta Campanha, desde 1964, se insere dentro da Quaresma, tempo que nos convida a viver o Evangelho de Jesus Cristo que nos deu, por sua vida, paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu, uma vida nova.

Este tempo litúrgico, chamado tempo forte, nos prepara para o encontro com Cristo que vejo trazer vida em abundancia para todos (Jo 10,10). Para trilhar esse caminho que nos é proposto somos chamados à conversão, à  mudança de vida e a transformar nosso relacionamento com Deus, com o mundo e com os irmãos. Como discípulos missionários, queremos que todas as realidades que geram morte, dor e sofrimento, sejam  transformadas de  acordo com a vontade de Deus para que todas as pessoas possam ter a vida plena do Reino.

A Campanha da Fraternidade tem como objetivo despertar a solidariedade de todos os fiéis, e de toda a sociedade, em relação a um problema concreto que aflige toda a Nação. O tema para 2012 é: A fraternidade e a Saúde Pública, e o lema: Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8). Assim, a Igreja nos convida a compreender, à luz da Palavra de Deus, a dura realidade da saúde pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor e no sofrimento dos irmãos.

Isso significa também que devemos exigir que, sobretudo os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. Portanto, nesse tempo quaresmal, que favorece a nossa aproximação com Deus, devemos nos interessar pelo tema que nos é proposto, nas diversas comunidades, nas paróquias, nas escolas, nos movimentos, nas obras sociais e nos grupos de reflexão e, sobretudo, nos Grupos de Ruas que entram nos lares. Podemos assim  buscar com ações concretas, que passam pelo voluntariado, pelo questionamento crítico do modelo de atendimento que nos é dado na saúde e mesmo com as nossas coletas que geram recursos para atividades em favor das comunidades mais carentes.

A nossa oração, o nosso jejum e todas as obras de caridade, sinal de nossa sensibilidade cristã, acompanhados pela graça de Deus, nos ajudem a fazer de nossa vida um testemunho vivo da nossa adesão e do nosso seguimento ao Crucificado-ressucitado.

Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8).

Com um abraço,

Pe. Vicente Frisullo
Pároco.

2 de dezembro de 2011

O advento cristão


Estamos iniciando um novo tempo litúrgico: o ADVENTO. Mais um ano se passou!

Advento - adventus, em latim - significa vinda, chegada, espera. É uma palavra de origem profana que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores. Acreditava-se que o deus, cuja estátua era ali cultuada, permanecia no meio deles durante a festa. Deus veio nos visitar! Na linguagem corrente, advento significava a primeira visita oficial de um personagem importante

Todos os grandes eventos exigem uma preparação. Por isso, a Igreja instituiu, na Liturgia, um período que antecede o Natal: o advento, preparação para a chegada de Jesus o Filho de Deus na terra.

Receber uma visita é uma arte que uma dona de casa exercita com freqüência. E quando o visitante é ilustre, os preparativos são mais exigentes... não é verdade ...? Na véspera, uma arrumação geral na casa seria de praxe, de modo a ficar tudo bem ordenado, na expectativa da visita.

Se isso acontece na nossa vida social, o mesmo deveria acontecer na nossa vida espiritual. É o que ocorre, no ciclo litúrgico, em relação às grandes festividades, como por exemplo, o Natal que é precedido de um período de quatro semanas, o Advento, acompanhado de um período depois do Natal, até o batismo de Jesus. Todo este período é chamado: Ciclo de Natal.

Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. Mas, a festa de Natal já existia: ela começou no ano 350. Acabou sendo fixada no dia 25 de dezembro porque esta era a data em que os romanos celebravam o dia do SOL INVICTO. Para os cristãos, é o verdadeiro é JESUS que venceu as trevas da morte.

Com esse tempo de preparação, a Igreja quer ensinar-nos que a VIDA, neste vale de lágrimas, é um grande ADVENTO - espera vigilante - e, se a vivermos bem, isto é, de acordo com a Lei de Deus, Jesus Cristo será nossa recompensa, e nos reservará no Céu um belo lugar, como está escrito: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (1Cor 2,9).

Sabemos que no início, a única festa era o DOMINGO, a Páscoa da semana: o dia do Senhor, que era o primeiro dia da semana, quando aconteceu a RESSURREIÇÃO: todo domingo era dia de Ressurreição, o dia do Senhor. Em seguida foram surgindo outras festas para melhor celebrar os mistérios de Jesus Cristo. Foi somente entorno do ano 350, quando a religião cristã era já permitida, que se chegou a celebrar o Natal: o nascimento do SOL da humanidade. O Advento é um tempo de preparação - espera vigilante - para a festa do Natal de Jesus.

MAS a Igreja quer que nós pensemos em outro Advento:
- na chegada-encontro de Jesus no dia a dia de nossa vida (ele bate);
- na chegada-encontro de Jesus no último dia da nossa vida;
- na chegada-encontro de Jesus no dia da nossa ressurreição, no encontro definitivo, que abre as porta para a comunhão com Deus Trindade.

Isso significa que toda a vida do cristão é um Advento, uma espera vigilante feita de oração, leitura e meditação da Palavra de Deus, e de amor ao irmão, para encontrar o Senhor que vem sempre ao nosso encontro, que sempre passa e bate à nossa porta.

Advento, tempo de preparação para encontrar Jesus que vem. Isso significa que o Natal, em primeiro lugar, é o próprio Jesus.

Bom Advento, para termos um ótimo Natal, a festa do coração que encontra Jesus.

Abraços,

Pe. Vicente Frisullo
pároco

5 de novembro de 2011

Estamos em festa: Ordenações Sacerdotais na Paróquia do Curuçá!


CHAMADOS PARA EVANGELIZAR

A voz de Jesus: “Ide, fazei discípulos...!” (Mt 28,19) ressoa desde sempre dentro da Igreja, como uma exigência de sua identidade: a Igreja é por sua natureza missionária. É por isso que esta mesma voz ressoa na mente e no coração dos cristãos no final de cada celebração eucarística: “Ide ...!”.

No próximo dia 12 de novembro, às 9h30, dois jovens: frei Clayton dos Santos e frei Aílton Antunes de Almeida, da Ordem da Santíssima Trindade, vão fazer desta missão a razão de suas vidas: eles serão ordenados sacerdotes, na nossa igreja paroquial, para assumirem e continuarem a missão de Jesus. Eles, como os Apóstolos e os discípulos de todos os tempos, ouviram o chamado de Jesus e responderam com generosidade. Depois de anos de preparação, feita de oração e de estudo, a Igreja acolhe e reconhece sua vocação e os destina à missão de fazer discípulos (Mt 28,19). Será o nosso bispo Dom Manuel Parrado Carral a impor as mãos, tornando-os sacerdotes de Cristo para a salvação do mundo. Como sacerdotes, levarão à plenitude a vocação do Batismo, configurando-se com Jesus Bom Pastor.

Sacerdotes de Cristo eles oferecem suas vidas para que o Cristo possa chegar a todos; ministros da Igreja assumem, de forma plena, a missão que receberam no Batismo; sacerdotes da humanidade, se tornarão irmãos de cada homem e mulher que encontrarão em seu ministério, para serem sinais do amor misericordioso de Deus Trindade.

Ao frei Clayton dos Santos e ao frei Aílton Antunes de Almeida, à Ordem da Santíssima Trindade, a suas famílias, os parabéns de toda a Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Que seu ministério seja fecundo para a glória da Trindade e a santificação do mundo.

Rezemos para que o Senhor continue a suscitar na Igreja vocações para o sacerdócio, a vida religiosa e os ministérios leigos. E aí vai o apelo aos JOVENS: não tenham medo de oferecer sua vida a Jesus, respondendo generosamente SIM ao seu chamado. Com um abraço, no coração da Santíssima Trindade.
Pe. Frei Vicente Frisullo
Pe. Frei Vicente de Paulo

CONVITE PARTICIPE DO TRÍDUO VOCACIONAL
pela Ordenação sacerdotal de Frei Clayton e Frei Ailton O.SS.T
- dias 9-10-11 de novembro, às 20h.

- dia 12 – sábado às 9h30
ORDENAÇÃO SACERDOTAL

15 de outubro de 2011

“A Igreja é por sua natureza missionária” (AG, 2)


O mês missionário nos oferece a oportunidade de refletir sobre uma das dimensões fundamentais da nossa fé e vocação cristã que se fundamentam na natureza da própria Igreja, na qual somos inseridos pelos sacramentos da Iniciação cristã. “A Igreja é por sua natureza missionária” (AG, 2). Esta afirmação é conseqüência do fato de a Igreja ser “sacramento universal de salvação” (LG 1; 48). Sendo assim, o serviço mais precioso que ela pode prestar à humanidade, e a cada pessoa individualmente em busca das profundas raízes da existência humana, é o anúncio do Evangelho.

Esta finalidade - lembra Bento VI na sua mensagem para o 85º dia mundial das missões - é continuamente renovada pela celebração litúrgica, que se conclui sempre fazendo ressoar o mandato de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: “Ide ...” (Mt 28,19; Mc 16,15).

A liturgia é sempre um chamamento ‘do mundo’ e um envio ‘ao mundo’”. Pois, se a fé é um encontro com Cristo vivo, devemos ser “vigilantes e prontos para reconhecer o seu rosto e correr a levar aos nossos irmãos o grande anúncio: ‘Vimos o Senhor’” (Novo millennio ineunte, 59). Isso, porque, em vista do “Ide ...”, o Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebe, mas constitui uma dádiva a compartilhar, uma boa-notícia a comunicar: somos Igreja por isso.

A Igreja é por sua natureza missionária”: está é “a graça e a vocação própria ... ela existe para evangelizar” (Evangelii nuntiandi, 14): nesta missão, estão envolvidas todas as suas atividades. Daí a ação missionária da Igreja e de cada batizado não se limitar a alguns momentos como o mês missionário ou a jornada mundial das missões. Mas, quais são os fundamentos bíblicos da missão?

A Bíblia mostra que o Deus que criou a humanidade é o mesmo Deus que elegeu o povo de Israel. Ele é o Senhor de toda a história e de todos os povos. Nesse horizonte o povo de Israel, eleito, desempenha a função de testemunha do Deus único e verdadeiro diante dos outros povos.

Entretanto, também os outros povos têm uma própria história dirigida pelo mesmo Deus; também eles têm uma Lei que não é aquela de Moisés, mas aquela de Noé. O encontro entre Israel e as nações é importante para reconhecer que também elas possuem uma luz, indo na direção de Jerusalém (Is 60), ou na direção do Messias (Mt 2,1-12), porque para elas Deus indicou um caminho a seguir (Mt 2, 9-10) e nelas estão presentes as sementes do Verbo.

No AT não se encontra o termo missão, mas a idéia está claramente expressa no verbo shalah “enviar/mandar” que ocorre inúmeras vezes. Na maioria das vezes o verbo shalah indica o “envio de alguém” com a função definida de mensageiro. Significativo e importante é o envio dos profetas, os mensageiros de Deus, entre os quais emerge a figura de Moisés.

A “missão” dos profetas
Deus nunca deixou seu povo abandonado, sem a sua palavra: “Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas; cada dia os enviei, incansavelmente” (Jr 7,25). Deus de Israel, manifesta sua solicitude constante para com seu povo enviando os seus servos, os profetas, mas o povo nem sempre os aceita: desde a saída do Egito e da constituição da Aliança o povo de Israel não obedece à voz do seu Deus! Também Jeremias, no discurso pronunciado no templo de Jerusalém, lembrando esta solicitude divina de enviar profetas (7,25), lembra também a triste e conhecida indisposição do povo: “Eles não me escutaram nem prestaram ouvidos, mas endureceram a sua cerviz e foram piores do que seus pais. Tu dirás a eles todas estas palavras, mas eles não te escutarão!” (7,26-28).

Mas há também outro problema: os próprios enviados têm dificuldade em relação à missão: Moisés exige sinais para dar credibilidade à sua missão (Ex 3,11ss.), tenta rejeitá-la (Ex 4,13), ou se queixa com amargura pelas dificuldades que ela acarreta (Ex 5,22); Jeremias coloca objeções antes de aceitar (Jr 1,6), e é bem conhecida a tentativa de Jonas de fugir da missão, e isso é constante; somente em Isaías encontramos uma pronta disponibilidade: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).

O fato de Israel ser depositário das promessas de Deus se exprime através do conceito de eleição, que é uma convicção constitutiva da fé de Israel. O texto clássico que considera esta eleição como ato gratuito de Deus, que exige reciprocidade da parte do povo é Dt 7,6-8: “Você é um povo consagrado a Javé seu Deus: foi a você que Javé seu Deus escolheu para que pertença a ele como povo próprio, entre todos os povos. Se Javé se afeiçoou a vocês e os escolheu, não é porque vocês são os mais numerosos entre todos os outros povos! Foi por amor a vocês e para manter a promessa que ele jurou aos antepassados de vocês”. Os profetas pré-exílicos conhecem e apelam continuamente para a eleição (Am 3,2).

Mas, eleição por que e em vista de que? O Déutero-Isaías (Is 42,1) aplica esta eleição ao povo inteiro e indica claramente que ela não pode ser separada da missão: Israel diante das nações é sinal/testemunha de Javé, pois tem a missão de torná-lo conhecido como o único e verdadeiro Deus que salva (Is 43,10.12; 44,8).

Isso acaba levando à abertura aos pagãos, como mostra a censura ao nacionalismo religioso exagerado do livro de Jonas, e à tradução da Bíblia para o grego, iniciativa do judaísmo alexandrino que toma a consciência de ser povo testemunha no meio das nações pagãs (Sb 13-15): é a leitura da eleição como missão. Israel é investido da missão de ser luz das nações, para que elas encontrem a salvação. É justamente diante deste perigo - os povos pagãos podem se perder - que os profetas, apesar dos temores, rejeição e até recusa, terminam por aceitar a missão, pois têm a certeza da presença de Deus: “Vai, eu estou contigo” (Ex 3,12).

Quando a Igreja afirma que ela é “por sua natureza missionária” é porque se coloca nesta linha de sinal para os povos, assim como Israel era um sinal para os gentios. Neste sentido, a missão não é uma tarefa opcional, mas uma parte integrante da identidade cristã (DAp, 144).

Como o povo de Israel, assim a Igreja é um estandarte, sinal (veluti sacramentum, LG 1) no meio das nações para sinalizar a salvação. Se a Igreja é “por sua natureza missionária”, também o batizado nasce missionário: em cada batismo nasce um missionário. Todos nascemos daquele “Ide ...”, a Igreja e todos nós, seus membros.

Pe. Vicente Frisullo, O.SS.T.
Pároco

Para a reflexão
- A missão é uma questão de espírito: sentir a urgência do anúncio de Jesus Cristo como único Salvador. Foi este “sentir com a Igreja” o ardor missionário que fez de Santa Terezinha a padroeira das missões, mesmo sem nunca sair do mosteiro.
- Qual é a minha preocupação com o anúncio de Jesus Cristo? Qual é a minha participação ... ânsia, oração, sacrifício para o sucesso desta missão da Igreja no mundo?

22 de setembro de 2011

“Quem és tu?”, eu queria responder: “Eu sou a palavra de Deus!”.

O mês de setembro, para a Igreja no Brasil, já é sinônimo de MÊS DA BÍBLIA. A redescoberta da Palavra de Deus tem sido um dos elementos mais marcantes da Igreja no Brasil e na América Latina, antes mesmo do Concílio Vaticano II. São conhecidos os famosos círculos bíblicos, os grupos de rua que se contam aos milhares no Brasil. Parece mesmo que Deus realizou sua promessa: “Dias virão - oráculo do Senhor - em que vou mandar a fome sobre o país: não será fome de pão, nem sede de água, e sim fome de ouvir a Palavra de Javé” (Am 8, 11).

São Jerônimo, presbítero e doutor, cuja memória celebramos dia 30 de setembro, dizia que “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”. A convicção de que o conhecimento da Palavra de Deus é indispensável para a maturidade da fé cristã, levou o Concílio Vaticano II a fazer uso desta expressão no documento sobre a Revelação (DV 25).

Os apelos sobre o amor à Palavra de Deus são tantos na Bíblia. Vale a pena relembrar a famosa passagem do Deuteronômio: “Ouvi, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor... Que estas palavras que hoje te ordeno estejam gravadas em teu coração! Tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falaras sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás também à tua mão como um sinal, e serão como um frontal entre teus olhos; tu as escreverás nas entradas da tua casa e nos portões da tua cidade” (Dt 6, 4-7; 32, 46-47). A exortação é ter a Palavra de Deus sempre presente em cada momento da vida. Claro, não se trata di mero conhecimento da Palavra de Deus. Ela precisa ser gravada no coração para servir de orientação na vida, como o próprio Jesus lembra na parábola de Mt 7, 21ss, para que possamos construir o projeto de nossa vida sobre base solida. Sem isso se perde o objetivo da Palavra que é a utilidade instrumental, como bem sublinha Paulo a Timóteo: em primeiro lugar “ela tem o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo”. Por isso mesmo, ela se apresenta “útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça”. E esta utilidade instrumental, segundo São Paulo, se explicita num objetivo bem preciso: “a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2Tm 3, 15-17). É a Palavra em vista da transformação do ouvinte em praticante, do seguidor em testemunha, do discípulo em missionário.

Chiara Lubich, grande testemunha da vivência da Palavra que, bem antes do Concílio Vaticano II ritmou sua vida com a leitura da Palavra de Deus (método da Palavra de vida), podia afirmar: “É o maior esforço da minha vida viver a Palavra, ser a palavra, a Palavra de Deus. Se você me perguntar: “Quem és tu?”, eu queria responder: “Eu sou a palavra de Deus!”. Ser a palavra, como Jesus é a Palavra, como o prólogo do evangelho de João o afirma com todas as letras (Jo 1,1-5.10-14) e o próprio povo se admirava com as palavras de Jesus e com Jesus Palavra (Mt 7, 28-29), pois nele, pessoa e palavra, coincidem numa perfeita identidade: Jesus é a Palavra.

Tornar-se palavra, ser a palavra: encarnar a palavra, como nos sugere Tiago em sua carta, pois a mera escuta da palavra, sem vivenciá-la, é a ilusão de quem se olha no espelho e vá embora esquecendo seu próprio semblante (Tg 1,22-24). Ser a palavra: é a conseqüência de quem “ouve a palavra e a põe em prática” (Mt 7, 24).

Num mundo agitado e barulhento como o nosso nem sempre é possível o encontro seeno e tranqüilo com a Palavra. Portanto a presença de Deus só pode ser percebida na “brisa suave” (1Rs 19,12): tantos as distrações quanto as preocupações, que não faltam no dia a dia, podem ser um verdadeiro entrave à escuta da Palavra, como testemunha Mt 13,1-9, onde a palavra se torna parábola, história que nos faz descobrir uma dimensão mais profunda, que confere ao cotidiano toda a espessura da vida real: a semente espalhada como chuva cai apenas parcialmente em terra boa, onde irá dar frutos, em grande parte se perde no terreno seco, ou entre as pedras ou entre espinhos.

Terreno seco, pedras e espinhos: problemas de todos e de sempre, essencialmente os mesmos que há dois mil anos atrás. Pode-se perguntar de onde vem o encanto dessa e doutras histórias, ainda vivas após dois mil anos em um mundo mudado radicalmente. A resposta, paradoxalmente, está no fato de que elas não mostram circunstâncias extraordinárias, mas sempre a partir dos pequenos problemas em que nos encontramos presos ou que conhecemos e que hoje também poderiam nos afetar.

Mas desta parábola, podemos deduzir também outra coisa. Por exemplo, que Deus não se desinteressa pelos homens; o fato de que lhes dirija sua palavra demonstra que Ele tem cuidado de nos orientar para o bem, afim de que, como se expressa Paulo a Timóteo, o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2Tm 3, 15-17): a Palavra tem uma finalidade prática, como é afirmado, por exemplo, pela coleta da Missa do 15º domingo do tempo comum: "Aumentai em nós, ó Pai, com o poder do vosso Espírito, a disponibilidade para acolher a semente de vossa palavra, que continuais a semear sobre toda a humanidade, para que frutifique em obras de justiça e de paz e revele ao mundo a bendita esperança do vosso reino”. O resultado da fiel escuta da Palavra é dar fruto “em obras de justiça e de paz ”. A escuta da Palavra exige uma resposta produtiva, pois faz apelo à nossa responsabilidade pessoal para a construção do Reino. É preciso dilatar o coração para acolher a Palavra e levá-la para a vida, tranformá-la em exemplo vivo produzindo na ordem de “cem, sessenta e trinta frutos por um” (MT 13, 9): contando com a graça de Deus, que sustenta o nosso zelo pela Palavra, possamos produzir sempre... cem frutos por um, não nos conformandos com a mediocridade e o minimalismo de nossa vida espiritual!

Dada a importância para a fé e a vida cristã, o Documento de Aparecida lembra que “é necessário educar o povo na leitura e meditação da Palavra; que ela se converta em seu alimento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida”, pois “É preciso fundamentar nosso compromisso missionário na Rocha da Palavra de Deus” (247).

A Palavra de Deus constitui um dos pontos de partida decisivo para o encontro com Jesus Cristo. Isso porque, lendo, conhecendo e meditando a Palavra, o cristão é convidado a ir além dela para realizar o encontro com a Palavra, que e a pessoa de Jesus. Segundo São Tomás de Aquino, mais do que as palavras da Bíblia somos instados a procurar a Palavra que constitui o centro de toda a Bíblia. Hugo de São Victor, como já tinha feito Santo Agostinho, coloca a pessoa de Jesus como ponto de convergência dos dois Testamentos: “Toda a Sagrada Escritura constitui em um só livro, e este livro único é Cristo no mistério, porque toda a Divina Escritura fala de Cristo e se realiza em Cristo”.

Aconteça em nos o que São Jerônimo afirmava com toda convicção: “Comemos e bebemos o Sangue de Cristo no mistério (da Eucaristia), mas também na leitura das Escrituras ... para mim, penso que o Evangelho é o corpo de Cristo”: a Palavra como alimento cotidiano, verifica constante da nossa configuração com Cristo e do nosso progresso no caminho as santidade!

Para refletir:

- A Igreja pede que todos os fieis, “mormente os religiosos, aprendam ‘a eminente ciência de Jesus Cristo’ (Fl 3,8) com a leitura freqüente das Divinas Escrituras” (DV 25).

- O discípulo que, por amor a Jesus, pretende se tornar missionário, não pode prescindir de uma “escuta religiosa da Palavra de Deus” (DV 1).

- Qual é o lugar que a Palavra de Deus ocupa em minha vida?

“No silêncio da noite medito tua palavra... Levanto-me no meio da noite para ler tua palavra ... Acho consolo em tua palavra ... Meditarei tua palavra ... Desejo tua palavra ... Tua palavra faz minhas delícias dia e noite medito tua palavra ... Tua palavra é lâmpada para os meus pés, é luz para o meu caminho” (Salmo 119).

Pe. Vicente Frisullo, O.SS.T.

Pároco

25 de maio de 2011

“A Ti louvor, a Ti glória, a Ti ação de graças, ó Santíssima Trindade”!

É este o hino de louvor e glorificação que todo membro da Família trinitária eleva a Deus-Trindade. Louvor, glória, ação de graças pelos inúmeros dons que Deus-Trindade semeou em minha vida. O dom fontal da vida, o dom do batismo e da fé, o dom da vocação à vida religiosa e ao sacerdócio, e à missão, e com isso, o dom do serviço pastoral.

Cheguei ao Brasil dia 29 de outubro de 1979, destinado à paróquia de Nossa Senhora Aparecida em São Vicente, Diocese de Santos. Dia 22 de maio de 1986, vindo da Itália, cheguei ao aeroporto de Campinas com destino na paróquia de Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera. Mas, o padre Paulo Bezerra que veio me apanhar, disse que tinha um novo destino... A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, da Vila Curuçá, aonde cheguei às 15h15. São 25 anos!

A paróquia dobrou o numero de Comunidades, hoje são seis. E tantas outras realidades
pastorais e sociais, como o Centro Social com suas atividades esportivas e culturais, a escola de futebol, a creche... E também a nova igreja matriz da paróquia. Tudo, graças à colaboração de muita gente. Por isso devo ainda cantar: A Ti louvor, a Ti glória, a Ti ação de graças, ó Santissima Trindade pelos inúmeros agentes de pastoral que nestes anos todos colaboraram com muita fé e generosidade.

Um agradecimento aos padres que, antes de mim, passaram por esta Comunidade paroquial: Aleixo Monteiro Mafra, André Anesa, Emílio Falco, José Vicente, Paulo Albuquerque, os últimos três como párocos. Recebi uma bela Comunidade paroquial! Sem dúvida eu colhi daquilo que eles semearam, regaram e cuidaram.

Um agradecimento também aos meus confrades religiosos da Família Trinitária, sobretudo ao Padre Antonio Gervásio, que por vários anos, colaborou como vigário paroquial.

Não posso deixar de lembrar Dom Manuel Parrado Carral e Dom Fernando Fernando Legal pela confiança que depositaram em mim, nos vários encargos pastorais diocesanos que me confiaram. São os meus mestres na arte da Pastoral.

Com o hino de louvor e ação de graça à Santíssima Trindade, vai também o meu pedido de perdão por todas aquelas vezes que não dei o máximo de mim: Jesus e a sua Igreja merecem um pouco mais daquilo que somos capazes de lhes dar!

A todos os meus queridos paroquianos, razão da minha alegria de pastor, um abraço
carinhoso com a benção da Santíssima Trindade, fonte de todas sãs graças.

Pe. Vicente Frisullo, O.SS.T

25 anos de Pároco - Serviço à Igreja Diocesana e à Comunidade

No dia 22 de maio presidi a solene Eucaristia de ação de graças pelos 25 anos do Pe. Vicente Frisullo, O.SS.T, como pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, da Vila Curuçá. O acontecimento é um convite a refletir sobre a paróquia na estrutura da Igreja, a pessoa e a missão do pároco.

A palavra paróquia é de origem grega: paroikia. É formada pela junção de duas palavras: para, que significa perto, junto de, e oikos, que significa casa. Paróquia em sentido literal significa próximo de casa ou ao redor da casa.

Historicamente, em cada cidade havia um bispo, um pastor. Com o crescimento das cidades e a necessidade de atender as áreas rurais, na impossibilidade do bispo estar presente em todos os lugares do território de sua diocese, passou a confiar parte do rebanho a um presbítero que, em seu nome e sob sua orientação, vai pastorear essa porção do povo de Deus, fazendo as vezes do bispo. Esse presbítero, pastor local, é conhecido como pároco (Sacrosanctum Concilium, n. 42). Lembrando que as primeiras paróquias surgiram no século IV.

A paróquia está sob a jurisdição do bispo diocesano e é por este confiada a um pároco que deve ser um autêntico discípulo de Jesus Cristo e junto ao povo exerce o múnus profético, ensinando e anunciando a Palavra, o múnus sacerdotal, santificando o povo pela celebração dos sacramentos e o múnus de governar, animando e guiando a comunidade no seguimento de Jesus Cristo. Ensinar, santificar e governar a porção do povo de Deus que lhe foi confiada pelo bispo diocesano é a missão do pároco.

Cada pároco, em comunhão com seu bispo diocesano, é o meio através do qual o próprio Cristo ama os homens, alcança as pessoas, as instrui, as guarda e as guia. É através da solicitude pastoral do pároco, aberto a todos, atento aos que estão próximos, solícito em relação aos afastados e distantes que é manifestada aos homens e mulheres a misericórdia e o amor infinito de Deus.

Celebrar os 25 anos do Pe. Vicente Frisullo como pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima é vivenciar o significado de uma paróquia e a missão de um pároco.

Pe. Vicente conduz essa paróquia com profundo sentido eclesial e em comunhão com as orientações da Diocese. Ele age com a plena convicção de que sua comunidade paroquial é uma comunidade de fiéis cristãos em comunhão de fé e de sacramentos com o seu bispo, ordenado na sucessão apostólica. E é em nome da pessoa de Cristo "in persona Christi Capitis" - na pessoa de Cristo Cabeça que ele ensina, santifica e governa com a autoridade de Cristo e não com sua própria autoridade, a porção do povo de Deus que lhe foi confiada pelo bispo diocesano.

Que a Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo e dos Sacerdotes, invocada sob o título de Nossa Senhora de Fátima fecunde cada vez mais o ministério sacerdotal e paroquial do Pe. Vicente Frisullo.

Dom Manuel Parrado Carral

Bispo Diocesano de São Miguel Paulista

17 de abril de 2011

A nossa Semana Santa...

Com a celebração da entrada de Jesus em Jerusalém, cujo memorial fazemos no Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa, a semana na qual lembramos e celebramos os últimos acontecimentos decisivos da vida de Jesus de Nazaré. O coração desta semana é o Tríduo Pascal que vai terminar na Vigília da Páscoa que Santo Agostinho chamava “a mãe do todas as vigílias”.

A celebração do Tríduo Pascal tem como finalidade nos aproximar de Jesus, o Filho querido que o Pai ofereceu para a salvação do mundo (Jo 3, 17). Nele que, no dizer de são Paulo “tendo condição divina ... esvaziou-se a si mesmo assumindo a condição de servo ... até a morte, e morte de cruz!” (Fl, 2, 6ss), o Pai nos oferece o que de mais precioso ele tem. O Pai não tem mais nada para nos oferecer: em Jesus nos ofereceu tudo!

A meditação destes eventos devem nos levar a termos os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2, 5): humildade, generosidade, até a entrega de nós mesmos aos irmãos, sobretudo os mais necessitados. Pois é isso que a nossa fé no Ressuscitado exige: “estava com fome e me destes de comer, estava com sedes e me destes de beber, estava doente e prisioneiro e me visitastes ...” (MT 25, 31ss). Olhar no Crucificado os tantos crucificados de nossos dias: crucificados pelo sofrimento, pelas injustiças, pelas dificuldades da vida, pelo desanimo, pelo desespero, pelo desamor, pelo pecado.

A estas situações o nosso amor fraterno é chamado a responder com generosa gratuidade, pois, no dizer de São João da Cruz: “No entardecer de nossa vida seremos julgados sobre o amor”.

O clima de oração mais intensa, de escuta mais atenta e meditação da Palavra de Deus, de silêncio dentro de nós e ao nosso redor, nos ajudará a colher a profundidades dos acontecimentos celebrados na Semana Santa e chegar, com alegria, à celebração da maior festa da nossa fé, a Ressurreição.

Unidos na oração,

Pe. Vicente Frisullo, pároco.

10 de março de 2011

Quaresma: tempo favorável, tempo de graça

Com a celebração anual da Quaresma, a Igreja nos lembra a necessidade de uma das atitudes fundamentais da vida de fé que é a conversão. O apelo "Sois santos como eu o vosso deus sou santo" (Lv 19,1) exige esta atitude constante, para levar à maturidade a semente da santidade que recebemos pelo Batismo. São Paulo nos garante que "esta á a vondade de Deus" (1Ts 4,3).
Na linguagem bíblica, conversão é significada pela imagem do retorno, do voltar ao ponto de partida: mudança de orientação, modificação de comportamento que leva à volta para Deus. No Novo Testamento, o apelo vigoroso à conversão começa com Joaõ Batista e é significado pelo batismo (Mc 1,4). O próprio Jesus o retoma com força e o coloca na perspectiva da Boa Nova do Reino (Mc 1,15). Na Igreja primitiva o anúncio da ressurreição vai de par com o convite à conversão (At 2,36ss;3.13-26). Também aqui o batismo é sinal desta conversão, cujas consequências são apresentadas por são Paulo como um: revestir-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildae, mansidão, paciência, suportando-se uns aos outros e perdoando-se mutuamente e, sobretudo, revestindo-se do amor que é om laço da perfeição (Cl 3, 12ss).
Nos primeiros séculos, a Quaresma era o tempo de preparação imediata aos sacramentos da Iniciação cristã. Mas, acabou sendo assumida pela Igreja como forma de ascese, de espiritualidade para todo batizado. É quase um tempo de retiro espiritual voltado à reflexão, à oração, à escuta da Palavra de Deus, à vivência da caridadee fraterna que no Brasil, é expressa pela Campanha da Fraternidade.
A Bíblia conhece gestos, ritos e palavras proprios à conversão: oração, jejum, esmola, penitência que o tempo de Quaresma retoma como elementos constitutivos da espiritualidade cristã. Com estas práticas, a Quaresma nos convita a embelezar nossa existencia cristã com as cores da caridade, a nos educarmos a viver a beleza e riqueza da caridade como relação fraterna, partilha de amor concreto.
O jejum proposto pela Igreja, como forma de sacrifício, tem ainda valor num mundo marcado pelo hedonismo. A prática da Quaresma nos ajuda a superar o hedonismo para viver na lógica da doação. Temos tantas outras formas de jejum que podem ser vividas como libertação: a tendência ao individualismo, ao egoismo, ao apego demasiado às coisas, uso excessivo da televisão, da internete, do telefone ...
A oração, como forma permanente de diálogo com Deus: sem oração com tem comunhão com Deus, não tem vida espiritual, não recebemos a força para superar as tentações (Mt 26,41).
A leitura e mediação da Palavra de Deus, que com a Eucaristia é o alimento cotidiano da nossa vida de fé, deve iluminar nossa Quaresma. Nas casas estão sendo realizados os Grupos missionários; enforme-se sobre o mais perto de você e participe.
Nas Comunidades, às sextas feiras, é celebrada a Via Sacra: se puder, participe. Na Ingreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, está sendo realizada às 15 horas e nas quartas ferias está sendo celebrada a hora de adoração, na capela do Santíssimo Sacramento.
Que esta Quaresma seja de verdade um tempo favorável, um tempo de graça (2Cor 6,2). Que nosso caminho para a santidade encontre neste tempo todo o entusiasmo que vem do Espírito Santo. Com um grande abraço, juntos a caminho da Páscoa!
Pe. Vicente Frisullo

24 de dezembro de 2010

Salvamos o nosso Natal...!


O Natal é, antes de tudo, festa cristã. É a festa do nascimento do Filho de Deus na história. É o primeiro dos mistérios (acontecimentos) da vida de Jesus, que a Igreja celebra no ano litúrgico, para lembrar que Deus se tornou companheiro do homem na aventura da vida.
Mas, o Natal se tornou uma festa de todos, correndo assim o risco de se tornar a festa de ninguém. O festejam, sobretudo, os “shoppings center” que substituíram o Cristo pelo Papai Noel, com o qual divide as honras da festa. O saco do Papai Noel transporta suas ilusões no "shopping center", que é o lugar onde se vendem e se compram ilusões!
Não se trata de eliminar Papai Noel, quem pode impedir-lhe de vender suas ilusões? Mas, é preciso garantir o espaço ao Natal, que pertence a Jesus, o aniversariante do dia! O Natal vem para nos lembrar o amor de Deus Pai e nos introduzir na comunhão com ele. É a festa da confraternização universal, pois quem diz pai diz também irmão; então, o Natal é festa da fraternidade, da partilha e do compromisso com a vida. Talvez seja no brilho do Natal que nossas carências ficam mais expostas: damos presentes sem nos dar, recebemos sem acolher, brindamos sem perdoar, abraçamos sem afeto...!
Por favor, deixem-nos festejar o Natal em paz, deixem-nos encontrar com o Cristo, o irmão maior, e com todos os irmãos! Vamos fazer renascer o Natal! SALVAMOS NOSSO NATAL! Feliz Natal, na graça do encontro com o Cristo, o verdadeiro Natal para você e sua família!
Pe. Vicente

26 de novembro de 2010

Advento 2010

Quem jà não esperou a chegada de um irmãozinho? É uma coisa tão legal, que a gente não vê a hora. Os pais preparam o berço, começam a comprar as roupinhas do bebe que vai chegar: todos voltam a atenção para ele, até, às vezes, suscitar ciúmes... não é verdade? Pois é, os cristãos se preparam para festejar a aniversário do nascimento de Jesus, já 4 semanas antes: o tempo de ADVENTO = espera, expectativa, que este ano iniciará no dia 28 de novembro.

O Advento é a primeira das três partes do Tempo de Natal: Advento, Natal e tempo depois do Natal que vai até o batismo de Jesus. O Advento inicia um novo ano litúrgico, é o ano litúrgico 2011, que esperamos cheio de graças e benção da parte de Deus Pai, sempre bondoso.
Mas, para nós cristãos, esta espera tem um sentido especial. Pois não se trata simplesmente de celebrar o aniversário de Jesus, mas é como se ele nascesse de novo. Esta é a novidade: a celebração do Natal é fazer Jesus se tornar presente na nossa vida. Isso significa que a Liturgia, a celebração atualiza o acontecimento do nascimento de Jesus para nós, que naquele tempo, quando ele nasceu não estávamos presentes. É isso mesmo: a Liturgia, a celebração, faz o nascimento de Jesus acontecer para nós, aqui e agora! É um presente que Deus Pai nos faz.

Então... preparemos o... berço de Jesus no nosso coração, para que ele se sinta acolhido, assim como acontece quando uma criança nasce em nossa família! Como? Rerando, rezando melhor, rezando mais; lendo e meditando a Palavra de Deus, e ... amando, acolhendo o irmãos, amando, amando mais e sempre mais.


Com um grande abraço,

Pe. Vicente

2 de outubro de 2010

Ide... Fazei discípulos ...

Se todo cristão fosse consciente de sua identidade e de sua missão, não precisaria ter um mês especial, outubro, dedicado às missões. Com efeito, toda a Igreja, por sua natureza, é missionária, e ela recebe a missão do próprio Cristo, enviado ao mundo para revelar o amor misericordioso do Pai.
Neste mês, os grupos missionários, os grupos de rua entrarão, mais uma vez, nas casas, para levar o Evangelho e um momento de oração. Muitas pessoas e famílias, que passaram a viver uma vida longe de Deus, incapazes até de se recolherem em oração, vão ser incentivadas a retomarem sua vida espiritual.
Entra em contato com os coordenadores dos grupos missionários da sua rua e participe deste mutirão de evangelização: você, pelo batismo, é um missionário!
O evangelho de Mateus termina com um quadro interessante: Jesus volta para o Pai e, no último encontro com seus discípulos, deixa uma ordem: “Ide, fazei discípulos de todas as nações ... batizando e ensinado...” (Mt 28,19-20).
Este é a missão dos Apóstolos, da Igreja e de cada batizado: fazer discípulos. Convencer a todos, pela palavra e pelo exemplo de nossa vida, que é bom seguir Jesus, ir atrás dele, se deixar envolver no seu projeto, ser como ele, reveladores do amor do Pai.
Tem ainda muita gente, que mesmo dizendo-se cristã, perdeu todo contato com o Cristo. Não rezam, não conhecem a alegria de pertencerem a uma Comunidade de fé. Nem sequer sabem que a vida pode ter um sentido diferente daquela vidinha mesquinha, sem gosto, sem cor e sem sabor, na qual elas se arrastam.
Outubro está aí: ele pede que cada um saia do seu comodismo, para ir ao encontro do irmão que precisa de luz, daquela luz que só pode vir de Jesus.
Faça você também discípulos para Jesus!
Com um abraço fraterno,
Pe. Vicente.
DE OLHO NOS EVENTOS
Dia 8: Solenidade de Nossa Senhora do Bom Remédio, Padroeira da Ordem da SSma. Trindade, às 20 hs. - Missa em Nossa Senhora de Fátima
Dia 12: Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil:
MISSAS:
9.00 hs - Nossa Senhora de Fátima, São José, Santo Agostinho
17.00 hs. - Nossa Senhora Aparecida: Missa e procissão
Dia 16 (Sábado) às 9.00 hs. Encontro da Perseverança com o Pároco
Dia 17 - às 11.00 hs. Missa das Crianças em Nossa Senhora de Fátima
- a partir das 15 hs, BINGÃO no Brunhozinho.
Dia 29 (sexta feira) às 20 hs. Missa de encerramento dos Grupos missionários em Nossa Senhora de Fátima.

17 de setembro de 2010

SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA


LEITURA ORANTE DA PALAVRA DE DEUS

Setembro 2010. Estamos celebrando mais um mês da Bíblia, mais uma graça de Deus, que nos acompanha sempre com a sua Palavra, para iluminar os nossos passos. É bom lembrar aquilo que São Paulo dizia a Timóteo a propósito da Palavra de Deus: “Toda Escritura inspirada por Deus é útil para ensinar, convencer, para corrigir e educar na justiça” (2Tm 3, 16).

Com efeito, é a Palavra de Deus que nos conduz ao encontro com o Cristo, no qual o Pai nos oferece a salvação. Mas, para que isso aconteça, não basta ler a Bíblia por ler, ou apenas para conferir. É necessário fazer uma “LEITURA ORANTE” da Bíblia, que compreende quatro etapas complementares que facilitam uma melhor e mais rica assimilação e vivência da Palavra de Deus.

1a etapa:
LER: ler e reler o texto para compreender cada palavra; conhecer, respeitar e situar cada palavra do texto que é lido: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra” (Jo 14, 23);

2a etapa:
MEDITAR: ruminar, dialogar, atualizar o texto que foi lido, para ver o que o ele hoje me diz: “Feliz o homem cujo prazer está na lei do senhor, e nela medita dia e noite” (Sl 1,1);

3a etapa:
ORAR-CONTEMPLAR: louvar, suplicar, recitar, para sentir aquilo que o texto me faz dizer ao Senhor: “Bendirei ao Senhor em todo tempo, seu louvor estará sempre em minha boca” (Sl 34.2);

4a etapa:
AGIR-COMPROMETER-SE: enxergar, saborear, agir. O Que vejo à luz da Palavra de Deus? E o que vou fazer? “Quem ouve estas minhas palavras e as põe em pratica, será como um homem prudente que construiu sua casa na rocha” (Mt 7, 24).

No mês de setembro estão sendo realizados os GRUPOS MISSIONÁRIOS nas casas. Informe-se sobre o grupo mais perto da sua casa e participe, e convite os outros a participarem com você.
Com a luz que vem da Palavra de Deus podemos enxergar melhor!

Com um grande abraço,

Pe. Vicente.

DE OLHO NOS EVENTOS:
- ROMARIA no santuário nacional de Aparecida - dia 19 de setembro.

31 de julho de 2010

Agosto, mês vocacional: A VIDA COMO VOCAÇÃO.

Agosto é celebrado no Brasil como mês vocacional. Isso quer dizer que a vida do cristão tem uma dimensão especial. Ninguém é cristão por ser: todo cristão tem uma missão.

1. A primeira semana é dedicada ao PADRE. Os doze que Jesus escolheu como seus Apóstolos, impuseram as mãos sobre alguns escolhidos no meio da comunidade para o serviço. Estes foram chamados de epíscopos e de presbíteros: bispos e padres. A primeira semana a dedicada ao padre. Para este mesmo serviço continuar, a Igreja precisa hoje e sempre de padres, o próprio Jesus nos convidou a rezar pelos padres, para que não faltem pastores às comunidades (Mt 9,38).


2. A segunda semana é dedicada ao PAI, A Igreja acha que você não é pai simplesmente porque tem filhos, mas porque tem uma missão a cumprir em relação a seus filhos, pela transmissão de certos valores da vida que são necessários a qualquer sociedade humana. Sem estes valores, que para os cristãos são um modo de pensar e de agir de acordo com o Evangelho, toda sociedade fica sem balizes, sem horizontes e sem futuro. Você assumiu livremente esta missão no dia do seu casamento (se lembra ainda?), comprometendo-se a acolher os filhos que Deus iria lhe confiar e de educá-los na Lei de Cristo e da Igreja. Este mesmo compromisso você confirmou no dia do batismo de seu filho. É o cumprimento desta missão que lhe dá a identidade de pai. Sem isso, meu amigo, você não é pai, mesmo se tiver um montão de filhos! Só assim você pode ser o pai da hora.


3. A terceira semana é consagrada aos religiosos. São eles, homens e mulheres, cristãos que consagram suas vidas para testemunhar que o único absoluto é Deus. Neste mundo cheio de relativismo e do descartável, Deus é vivido como a única realidade que preenche a vida e chama a olhar para o alto e para os outros. Eles também se colocam no seguimento de Jesus servindo aos irmãos.


4. A quarta semana é consagrada aos ministros leigos e, entre eles, os catequistas. Sendo que na Igreja todos somos protagonistas, têm cristãos que assumem isso pra valer, prestando serviços à comunidade. Quem não se lembra do seu primeiro catequista?

“A messe é grande e os operários são pouco: pedi ao Senhor da messe para que mande operários à sua messe”.

Na Igreja, tem lugar para todos, pois a vocação à santidade e ao serviço é universal.


Pe. Vicente Frisullo.

DE OLHO NOS EVENTOS:
- Dia 01 de agosto, às 19h30 (depois da Missa), a peça de teatro: '"tenção, alguém está falando!" na quadra da Paróquia, pela Comunic'Art.

- Dias 09, 10 e 11 de agosto, às 20 hs. Semana da Família, no salão paroquial.
VENHA PARTICIPAR!